UNIR promove atividades de ensino em aldeias


Publicado em: 16/04/2024 15:04:19

Professores de Licenciatura Intercultural se deslocam para comunidades indígenas de 12 localidades em RO e MT


WhatsApp_Image_2024-04-10_at_21-37-50_(1) Os docentes do curso de Licenciatura em Educação Básica Intercultural (Deinter) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus de Ji-Paraná, iniciaram, no dia 10 de março, as atividades de ensino do Tempo Comunidade em diferentes terras indígenas e aldeias nos Estados de Rondônia e Mato Grosso. Essas atividades estão sendo conduzidas pela equipe de docentes do curso em 12 polo-aldeias. O apoio financeiro para o deslocamento, logística, combustível, bem como a alimentação da equipe de docentes e dos acadêmicos indígenas, é financiado pelo Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), do Ministério da Educação (MEC).

Tempo Comunidade – O curso de Licenciatura Intercultural Indígena é voltado para formação de professores indígenas para atuar em escolas de ensino fundamental e médio que atendem a comunidades indígenas. Devido à dinâmica do curso, as atividades de ensino são divididas em dois espaços: Tempo Comunidade e Tempo Universidade, conforme previsto no PPC do curso. A carga horária total do Curso corresponde a 4.200 horas em cinco anos, sendo que 1.200 horas são para as atividades do Tempo Comunidade. O Tempo Comunidade refere-se à etapa presencial de formação por meio do trabalho didático realizado nas aldeias e escolas de origem dos estudantes indígenas matriculados no curso. Constitui-se como um importante recurso de materialização das atividades pedagógicas etnoterritorializadas da Educação Escolar Indígena em nível superior.

Ações Pedagógicas – Para o semestre de 2024.1, os polos-aldeias atendidos são: Polo Município de Guajará Mirim – Nova Mamoré; Sotério; Pacaas; Rio Negro Ocaia, Sagarana, Guaporé – Terra Indígena Ricardo Franco; Município de Porto Velho – Terra Indígena Karitiana e Extrema de Rondônia – Terra Indígena Kaxarari; Município de Ji-Paraná – Terra Indígena Igarapé Lourdes e Rondolândia (MT); Município de Espigão – Terra Indígena Roosevelt; Município de Alta Floresta – Terra Indígena Rio Branco; Município de Cacoal - Terra Indígena 7 de Setembro; Município de Comodoro – Negarotê; Município de Vilhena – Mamaindê/Sabane.

As atividades atendem diferentes povos indígenas: Migueleno, Warazúkwe, Makurap, Kujubim, Karitiana, Kaxarari, Gavião/Ikolen, Arara, Amondawa, Uru eu wau wau, Zoró, Surui, Cinta Larga, Kwaza, Mamaindê, Sabane, Aikanã, Oro Nao, Oor win, Oro waram Xijein, Oro At, Oro Eo, Aruá, Jabuti, Macurapi, Tupari, entre outros.

WhatsApp_Image_2024-03-26_at_18-53-08 De acordo com a professora Vanúbia Sampaio, chefe do Departamento Acadêmico de Educação Intercultural Indígena (Deinter), o Tempo Comunidade assume relevância pedagógica ao articular os objetivos da formação docente indígena aos projetos societários dos Povos Originários em seus próprios contextos territoriais. “É um espaço significativo de aproximação e conhecimento entre indígenas e Universidade, um lócus formativo que efetiva a relação de territorialidade e educação escolar, concepção importante para a discussão sobre a continuidade dos povos e suas perspectivas de bem-viver", comentou a chefe do Deinter.

Para assegurar os estudos entre os diferentes saberes em tempo e espaço diferenciado, levando em conta as especificidades, necessidades e perspectivas das sociedades indígenas na implementação e execução das ações educacionais, o Tempo Comunidade será viabilizado por meio da organização de oito polos já organizados anteriormente para atender à dinâmica do curso, definidos a partir de três aspectos: línguas, culturas e proximidade geográfica. A organização dos polos visa contemplar todos os polos ao final do curso, realizando as atividades em sistema de rodízio.

As atividades estão ocorrendo simultaneamente nas aldeias, iniciando-se a partir do tema "Planejamento Didático". Esse tema foi sugerido durante os encontros de planejamento dos polos realizados em novembro de 2023, após consulta às turmas da Licenciatura Intercultural e às lideranças indígenas em Seminário de Avaliação do Curso. É importante ressaltar que esse tema foi considerado uma das demandas das escolas indígenas e dos professores indígenas em formação inicial.

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