Labnavi e fotógrafos de RO lançam livro de fotografia


Publicado em: 12/08/2022 18:39:29

A obra retrata chegadas, partidas e encontros durante a Festa do Divino Espírito Santo, no Vale do Rio Guaporé.


@marcelaO professor pesquisador Ederson Lauri, fotógrafo e docente no Departamento de Ciências da Educação (Deced) do campus UNIR de Ariquemes, e os fotógrafos Marcela Bonfim e Luiz Brito publicaram em parceria o fotolivro intitulado “O Divino Guaporé”. O projeto reúne fotografias que marcam a trajetória de Luiz Brito e o ativismo de Ederson Lauri e Marcela Bonfim pelas tradições no Vale do Guaporé.

Premiado pela 2ª edição do Edital Marechal Rondon – Prêmio de Produção Literária, Fonográfica e Digital para Difusão de Expressões Culturais, a obra trata das vivências e relações das populações do Vale do Guaporé, na fronteira Brasil/Bolívia, com a centenária Festa do Divino Espírito Santo, comemorada há 126 anos na região. O festejo tem duração de 55 dias e percorre, via fluvial, aproximadamente 1000 quilômetros, envolvendo diretamente um total de 41 comunidades de ribeirinhos, quilombolas e indígenas, com 24 horas diárias de atividades. O percurso das imagens retratadas no livro traz chegadas e partidas, além de encontros exclusivos registrados a cada ano; em cada localidade.

“O livro é um registro sobre a existência e memória de uma Amazônia enegrecida; brotada e frutificada no seio do Vale do Guaporé, estado de Rondônia, em estreita relação com a Vila Bela de Santíssima Trindade, Mato Grosso, e marca a resistência das raízes negras entrelaçadas à ancestralidade e cultura indígena; com o alcance e propagação de uma fluência comunitária exclusiva, e em plena comunicação com a fé”, descreve Marcela Bonfim.

No livro, o traço que deixa explícito o contexto Divino da festa é percebido a partir das múltiplas faces de um processo de formação de identidades tradicionais, conforme observa-se nas imagens captadas nos espaços amazônicos dos anos oitenta, noventa e início de 2000 pelo fotógrafo documentarista e servidor público da cultura, Luiz Brito. Nascido em Porto Velho, brito afirma que a celebração representa “um importante acontecimento em minha trajetória, O Divino do Guaporé. Sou devoto”.

Em relação aos períodos mais recentes, como de 2016 até a interrupção da festa, em decorrência da pandemia, o livro conta com as imagens dos fotógrafos e ativistas Ederson Lauri e Marcela Bonfim, ambos migrantes da região Norte. Lauri, atualmente professor e pesquisador visual, chegou recém nascido em Cacaulândia, de Prudentópolis, Paraná. E Marcela, nascida em Jaú, interior de São Paulo, mas vinda da capital paulista, migrou para Porto Velho em 2010 em busca do primeiro emprego como economista, e reconheceu-se, depois, pensadora de imagens.

Lauri ressalta "a importância das atividades desenvolvidas pelos trabalhos de pesquisa e extensão realizados pelo Laboratório de Narrativas Visuais Labnavi/UNIR na documentação e na aproximação com as diversas comunidades, na sistematização colaborativa e difusão das obras dos artistas independentes do estado”.

O livro terá 1.000 cópias e a distribuição do material será pública, sendo 50% destinadas às comunidades da Irmandade do Divino Espírito Santo do Vale do Guaporé, em Rondônia e na Bolívia. Os outros 50% serão encaminhados às bibliotecas e escolas públicas de Rondônia e da região Norte, centros de tradição e instituições de arte e cultura do Brasil.

Mais informações sobre o projeto estão disponíveis no site www.odivinoguapore.com, no Instagram (@odivinoguaporé, @labinavi__unir), e nos perfis pessoais de dois dos autores: Marcela Bonfim (@bonfim_marcela) e Ederson Lauri (@edersonlauri).

 

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